XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

TECNICA DE NISHIDA MODIFICADA PARA SINDROME DE DUANE TIPO I – RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: A Síndrome de Duane (SD) é uma desordem congênita da motilidade ocular, de desnervação craniana, caracterizada pela deficiência de abdução com variável limitação da adução e retração do bulbo ocular na adução, podendo estar associada com elevação/depressão oblíquas. A correção cirúrgica visa a obtenção de ortotropia na posição primária do olhar (PPO), para corrigir possíveis desvios e/ou o torcicolo. Não há técnica cirúrgica perfeita para o tratamento. 1,2
Descrição do caso: LJS masculino, 25 anos, encaminhado ao serviço de Estrabismo HU-UFJF. História familiar, patológica pregressa não dignas de nota. Acuidade visual: 1,0 em ambos os olhos (AO); biomicroscopia e fundoscopia sem alterações. Tonometria: olho direito (OD) 12 mmHg e olho esquerdo (OE): 14 mmHg 16 horas. Motilidade: limitação da abdução do OE e redução da fenda palpebral com retração do bulbo ocular à adução do OE. Teste da cobertura: esotropia (ET) 12 dioptrias prismáticas (DP), diplopia em PPO e posição compensatória da cabeça (PCC)(rotação para esquerda). Ressonância magnética de crânio: VI par craniano esquerdo não visualizado. Diagnóstico de SD tipo I. Proposta intervenção cirúrgica devido à PCC. Submetido à técnica de Nishida modificada: sutura com fio inabsorvível do terço temporal dos músculos reto superior (mRS) e reto inferior (mRI) a 9 mm de sua inserção. Sutura idêntica foi passada na esclera nos quadrantes súpero-temporal e ínfero-temporal, respectivamente, a 12 mm do limbo de forma equidistante ao músculo Reto Lateral (mRL). Após a cirurgia, houve redução da rotação da cabeça e melhora da abdução do OE e do desvio (ET 6 DP).
Discussão: O tratamento cirúrgico ainda é uma questão discutível na SD. Procedimentos têm sido recomendados com o intuito de melhorar a ET, a PCC e os déficits de abdução.
A Técnica de Nishida foi descrita em 2005 para paralisia de nervo abducente e utilizada pela primeira vez para SD em 2011 por Tanaka et al. Essa técnica inclui a transposição dos músculos retos verticais, sem tenotomia ou divisão muscular, criando uma força de abdução e pode ser associada ao recuo do mRM no ET de maior ângulo (≥ 30 DP) ou quando houver contratura deste músculo. Apresenta como vantagem menor risco de isquemia do segmento anterior.3,4,5
Conclusão: A técnica de Nishida mostrou-se boa alternativa para abordagem da SD tipo I, apresentando bom resultado a médio e longo prazo, recuperação parcial da abdução e melhora importante da PCC.

Referências Bibliográficas

Área

ESTRABISMO (Trabalhos)

Instituições

Universidade Federal de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil

Autores

ARIANNY HELLEN DE OLIVEIRA SOARES, MARTA HALFELD FERRARI ALVES LACORDIA, DANIELLE RIBEIRO BREGA WEISS