XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

MELANOMA DE COROIDE: DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DE UM CASO CLINICO COM ENFASE NA IMPORTANCIA DO DIAGNOSTICO PRECOCE E ACOMPANHAMENTO POS-OPERATORIO

Resumo

Introdução: O melanoma de coróide é a neoplasia intraocular primária mais comum no adulto. Os principais fatores de risco associados incluem pele clara, nevos cutâneos numerosos ou atípicos, melanocitose ocular congênita e melanocitoma da úvea.1,3

Relato de caso: Paciente, 60 anos, queixa de baixa acuidade visual no olho direito (OD) progressiva há um ano e meio. Ao exame, acuidade visual conta dedos junto à face no OD e 20/20 no olho esquerdo. Biomicroscopia sem alterações e no fundo de olho do OD, verificou-se lesão tumoral, amarronzada, com pigmentos de lipofucsina e descolamento de retina. Diante da hipótese de melanoma de coróide, foi solicitada propedêutica. À Ecografia modo B, observou-se alteração na região temporal do polo posterior, e o modo A revelou média refletividade da superfície e baixa reflectividade interna, com dimensões de 12x4,9 mm. Retinografia do OD evidenciou lesão irregular, amarelo-amarronzada, na região macular. A angiofluoresceínografia do OD demonstrou áreas hiperfluorescentes, com aumento de intensidade e de quantidade nas fases tardias. Tomografia computadorizada de órbitas indicou espessamento lentiforme hipertenso da parede posterolateral do OD, com realce após contraste, medindo 1,4x1,1x0,7 cm. Foi realizada enucleação e o anatomopatológico evidenciou melanoma maligno de células melanocíticas fusiformes, sem invasão da esclera ou do nervo óptico. A paciente apresentou boa evolução no pós-operatório e manteve acompanhamento no serviço.

Discussão: Os pacientes com melanoma de coróide geralmente não apresentam sintomas na fase inicial da doença e conforme o tumor cresce ou afeta outras estruturas, podem surgir sintomas inespecíficos. A fundoscopia e a ecografia são capazes de diagnosticar corretamente o melanoma em 95% dos casos, sendo a angiofluoresceinografia utilizada em casos restantes. O tratamento depende do tamanho e localização do tumor, e é indicado para evitar complicações e melhorar o prognóstico. É importante realizar acompanhamento por pelo menos 5 anos devido à possibilidade de recidiva ou de metástases.2

Conclusão: Este caso destaca a relevância do diagnóstico precoce e da intervenção adequada no melanoma de coróide. A colaboração entre oftalmologistas, patologistas e oncologistas é fundamental para garantir o melhor resultado para o paciente. Além disso, ressalta a importância da conscientização sobre os sinais e sintomas que podem indicar patologias graves, como perda progressiva da acuidade visual.

Referências Bibliográficas

1. Shields, C. L., Manalac, J., Das, C., Ferguson, K., & Shields, J. A. (2014). Choroidal melanoma. Current Opinion in Ophthalmology, 25(3), 177–185. doi:10.1097/icu.0000000000000041
2. Coutinho, I., Teixeira, T., Simões, P.C., Lopes, J.C., Borrego, M., Fernandes, J., Cabral, J., Prieto, I., Proença, R., (2017). Choroidal Melanoma. Acta Med Port, (7-8):573-577. https://doi.org/10.20344/amp.8535
3. BOWLING, Brand. Kanski oftalmologia clínica: uma abordagem sistemática. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. x, 918 p.
Shields CL, Kels JG, Shields JA. Melanoma of the eye: revealing hidden secrets, one at a time. Clin Dermatol. 2015;33(2):183-96.

Área

ONCOLOGIA (Trabalhos)

Instituições

Glaucoma Instituto - Minas Gerais - Brasil

Autores

LAURA FONTOURA CASTRO CARVALHO, BERNARDO FONTOURA CASTRO CARVALHO, BRUNA PENNA GUERRA LAGES, ANNA CARLINDA ARANTES DE ALMEIDA BRAGA, LAURA SILVA REIS, FABIO NISHIMURA KANADANI