Dados do Trabalho
Título
SINDROME DE VOGT-KOYANAGI-HARADA: UMA UVEITE DESAFIADORA
Resumo
A síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada (SVKH) é uma doença autoimune sistêmica em que o principal alvo são células contendo melanina presentes no corpo, principalmente no olho, ouvido e fâneros, em um indivíduo geneticamente predisponente. O Objetivo deste trabalho é apresentar um caso dessa síndrome com documentação extensa dos achados para reforçar a grande importância dessa síndrome para a prática oftalmológica
Paciente, sexo feminino, hipertensa, 51 anos, comparece ao serviço de urgência oftalmológica com queixa de baixa acuidade visual (AV) em ambos os olhos (AO) há 2 semanas, associado a dores articulares e zumbido bilateral. Ao exame oftalmológico: AV sem correção de conta dedos à 10 centímetros em AO. Biomicroscopia: injeção ciliar 360º, PKs granulomatosos em AO, pupila pouco fotorreativa, reação de câmara anterior de 4+/4+ e flare 2+ em AO. Fundoscopia: Edema de papila bilateral com borramento discal, brilho macular reduzido, vitreíte e descolamento seroso da retina em polo posterior e em periferia inferior em AO. USG: Demonstra espessamento de coroide e ecos de média refletividade sugestivos de vitreíte, além de descolamento de retina peridiscal. Ressonância magnética de crânio e órbitas: Espessamento da coróide e do disco óptico bilateralmente com impregnação pelo meio de contraste. Sorologias negativas para agentes infecciosos. Paciente foi submetida a tratamento tópico com cicloplégico e esteróides, associado a pulsoterapia e posterior regressão dos esteróides sistêmicos. Ao longo do primeiro mês houve melhora da acuidade visual para conta dedos 4 metros em AO, entretanto paciente apresentou na tomografia de coerência óptica: descolamento do epitélio pigmentar da retina perifoveal com ausência de fluido sub retinianos.
No Brasil, a SVKH é responsável por 2 - 4 % de todas os quadros de uveítes crônicas, com uma incidência anual de 1 para 400.000. A SVKH possui diagnóstico clínico conforme os critérios de classificação das Uveítes de 2011. Nesta classificação existem pacientes com doença completa, doença incompleta ou doença provável. Existe uma predisposição genética em determinados grupos étnicos, mas nos casos de uveíte crônica a hipótese de SVKH deve ser alavancada. Por ser um diagnóstico raro com um manejo desafiador devido a interação direta do médico oftalmologista com outras especialidades como neurologia, reumatologia e endocrinologia esses casos são sempre destaque de importância para a comunidade científica.
Área
UVEÍTES (Trabalhos)
Instituições
Santa Casa de Santos - São Paulo - Brasil
Autores
LUCAS BRANDAO DAMASCENO GOES, MARCOS ALONSO GARCIA, SAULO YUDI SAKASHITA, TIAGO REZENDE SAVIAN, CAROLINA BRITO DE ALMEIDA, HUGO BORGES MARQUES, LEONARDO REZENDE BERTOLDO FILHO, ISABELA BELMON BARRETO CAMPOS, BEATRIZ QUEIROGA VICTOR