Dados do Trabalho

Título

IMPACTO EPIDEMIOLOGICO DO GLAUCOMA NA SAUDE PUBLICA BRASILEIRA

Resumo

Introdução: O glaucoma é uma neuropatia óptica progressiva caracterizada pela degeneração das células ganglionares da retina, resultando em alterações no disco óptico. Sua fisiopatologia está relacionada ao aumento da pressão intraocular (PIO) e, embora outros fatores também possam estar relacionados com a doença, a redução da PIO é o único método comprovado de tratamento. O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo, sendo a prevalência estimada em pessoas entre 40 e 80 anos de 3,5%. Embora possa gerar perda permanente da visão, comumente é assintomático até estágios mais tardios e o diagnóstico frequentemente ocorre em fases avançadas da doença.
Objetivo: Apresentar dados epidemiológicos sobre o glaucoma no Brasil.
Métodos: Análise observacional, descritiva, transversal e estatística de dados coletados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do DATASUS de janeiro 2018 a dezembro 2022.
Resultados: No período analisado ocorreram, no Brasil, 31.810 internações por glaucoma, sendo 52,7% dos pacientes do sexo masculino e 47,2% do sexo feminino, correspondendo ao quarto mais prevalente dentre as doenças do olho e anexos. Realizando um panorama do país, observa-se que 14.639 das internações foram na região Sudeste; 7.196 na região Nordeste; 6.270 na região Sul, 3.018 na região Centro-Oeste e 687 na região Norte. Há uma predominância de atendimento de caráter eletivo com 79.3% do número total e com um gasto de R$ 27.610.657,36. O valor total gasto com glaucoma nesse período foi de R$ 33.526.866,98. Observa-se que foi o quinto custo mais alto dentre as doenças do olho e anexos com valor médio por internação de R$ 1.053,97.
Conclusão: No levantamento dos dados, constataram-se a maior prevalência no sexo masculino, no atendimento majoritariamente eletivo e importante desigualdade do número de internações entre as regiões do Brasil. A progressão da doença depende da conscientização, diagnóstico precoce e tratamento mais resolutivo nos estágios iniciais. A adoção dessas ações de saúde paradoxalmente simples, como a facilitação ao acesso, educação dos profissionais de saúde e conscientização de pacientes e familiares, contribuíram efetivamente no prognóstico da doença.
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