XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

SINDROME DE URRETZ-ZAVALIA APOS TRANSPLANTE DE CORNEA LAMELAR ANTERIOR PROFUNDO (DALK): UM RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: A síndrome de Urretz-Zavalia é descrita como uma rara complicação pós operatória de algumas cirurgias oftalmológicas.1 Apresenta-se como pupila dilatada paralítica, que pode afetar a qualidade de visão e ser responsável por alterações permanentes, como o desenvolvimento de glaucoma secundário e suas sequelas.2 RELATO DO CASO: Paciente masculino, 31 anos, submetido a ceratoplastia lamelar anterior profunda (DALK) em olho esquerdo (OE) devido cicatriz de hidrópsia aguda. No 1º dia pós operatório apresentava dor ocular e fotofobia importantes. Ao exame: Acuidade visual (AV) sem correção: OD: conta dedos à 3 metros e OE: conta dedos à 30 centímetros, à biomiscroscopia de OE: botão corneano transparente, 16 pontos de sutura íntegros, Seidel negativo, câmara anterior formada e pupila em midríase fixa irresponsiva à luz, sem outros achados. A medida da pressão intraocular (PIO) foi 11 mmHg. Foi prescrito pilocarpina colírio 1% de 8 em 8 horas, associado a moxifloxacino com dexametasona. Após 30 dias da terapia prescrita o paciente mantinha queixa se fotofobia, sua AV em OE era de 20/100, porém manteve a mesma alteração pupilar descrita, não houve aumento da PIO. Encaminhado para adaptação de lente de contato cosmética. DISCUSSÃO: Classicamente esta síndrome ocorre após transplantes penetrantes de córnea, com maior prevalência em pacientes com ceratocone, entretanto também tem sido observada após ceratoplastia por outras indicações e técnicas (como a do caso) e mesmo em outras cirurgias como de catarata e glaucoma.2 Embora as características clínicas desta síndrome tenham sido bem descritas, a etiologia precisa é incerta. Originalmente, a teoria de Urretz-Zavalia sugere que a midríase produzida pela atropina usada no pós-operatório imediato causava sinéquia periférica¹, porém existem vários relatos da síndrome sem uso de atropina, como do paciente relatado. Outras possíveis teorias incluem: aumento agudo da pressão intraocular, estreitamento do ângulo por suturas mais apertadas e isquemia da íris1. CONCLUSÃO: Mais estudos são necessários para melhor compreender a fisiopatologia e evolução desta síndrome.

Referências Bibliográficas

1Magalhães OA, Kronbauer CL, Müller EG, et al. Update and review of Urrets-Zavalia syndrome. Arq Bras Oftalmol. 2016;79(3):202-4.
2Weisenthal RW, Daly MK, Freitas DD, et al. Basic and clinical science course: External Disease and Cornea. San Francisco, USA: American Academy of Ophthalmology; 2020-2021. 8 vol.

Área

CÓRNEA (Trabalhos)

Instituições

Hospital Evangélico de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

RAFAEL LEITE DE OLIVEIRA, IZABELA FERNANDES GODINHO , YURI BOSI TOREZANI, LUIZ FERNANDO FERREIRA ALCÂNTARA, FERNANDO RENATO PRAES CALIXTO, LUÍS AUGUSTO CUNHA SOARES, JHONATA FREITAS DE RESENDE, GABRIEL PENIDO DE OLIVEIRA