Dados do Trabalho

Título

COMPARAÇAO ENTRE TOXINA BOTULINICA E CIRURGIA COMO TRATAMENTO PARA ESOTROPIA CONCOMITANTE AGUDA ADQUIRIDA: UMA REVISAO SISTEMATICA.

Resumo

Introdução: A Esotropia Concomitante Aguda Adquirida (AACE) se caracteriza por
um desvio ocular convergente que ocorre tanto em adultos quanto em crianças. Ela
relaciona-se à fadiga ocular, estresse, tempo prolongado de tela e leitura. Assim,
dois tratamentos disponíveis são a injeção de toxina botulínica e a cirurgia. O
primeiro consiste na injeção nos músculos oculares para reduzir o desvio. Já a
cirurgia envolve a correção do desvio ocular de forma direta. Ambos são eficazes,
mas há falta de consenso sobre qual tratamento é o mais eficaz. Objetivo:
Comparar o tratamento cirúrgico com o tratamento utilizando toxina botulínica na
AACE. Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura científica nas bases
indexadoras MedLine e Scielo, utilizando os descritores: “Strabismus”, “Esotropia”,
“Botulinum Toxins” e suas variações através de buscas no MeSH. Foram incluídos
os filtros “clinical trial“, “randomized controlled trial“ e ”10 years”. Foram excluídos
estudos que não continham a comparação direta entre os tratamentos cirúrgicos e
com toxina botulínica para AACE. A escala PRISMA foi utilizada com intuito de
melhorar o relato desta revisão. Resultados: Inicialmente foram encontrados 7
artigos, e após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, somente 2 artigos
fizeram parte do escopo e análise final. O primeiro estudo envolveu 60 pacientes, 40
do grupo de toxina botulínica (A) e 20 do grupo da cirurgia (B), acompanhados por 6
meses. Do grupo A, foram 31 casos ≥ 14 anos de idade e 9 casos < 14 anos de
idade. Já do grupo B, 6 eram crianças < 14 anos de idade e 14 ≥ 14 anos de idade.
O primeiro grupo apresentou taxa de sucesso inicial de 95%, com 22,5% de
recorrência. O segundo grupo, logo após a cirurgia, apresentou taxa de sucesso de
75% e 20% de recorrência, sem diferença estatisticamente significativa entre eles
(p>0,05). O segundo estudo avaliou 29 pacientes. O grupo A, composto por 13
casos entre 3 e 24 anos de idade, recebeu tratamento com toxina botulínica, e o
grupo B, composto de 16 casos, entre 3 e 32 anos de idade, recebeu tratamento
cirúrgico. Após acompanhamento de 6 meses, no grupo A a taxa de sucesso foi de
84,6% e no grupo B 81,3%, não havendo diferença estatisticamente significativa entre eles em relação à taxa de sucesso (p=1,00). Conclusão: Os estudos
demonstraram que o tratamento com injeção de toxina botulínica é tão eficaz quanto
o tratamento cirúrgico. Novos estudos poderão acrescentar mais evidências
científicas ao tema.