XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

CONJUNTIVITE BACTERIANA EM PACIENTE ESPLENECTOMIZADO: RELATO DE CASO E CONSIDERAÇOES CLINICAS

Resumo

Introdução: A conjuntivite figura como uma das afecções oftalmológicas mais prevalentes nos cuidados primários, ocupando um papel destacado no diagnóstico diferencial da síndrome do olho vermelho. Embora seu diagnóstico é primordialmente clínico e o tratamento essencialmente empírico, é importante considerar sua associação com doenças sistêmicas. Apesar da conjuntivite ser, em sua maioria, autolimitada, as de origem bacteriana demandam comumente atenção, tendo em vista a gama de sintomas que podem gerar, bem como a possibilidade de complicações potencialmente graves. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino de 73 anos, encaminhado para avaliação de conjuntivite purulenta bilateral de inicio há menos de 24 horas. Possuía diagnóstico de púrpura trombocitopênica idiopática e havia passado por esplenectomia há um mês. Negava atividade sexual. No exame, foram observados hiperemia importante, quemose e secreção purulenta em ambos olhos. O tratamento foi iniciado incluiu Ceftriaxona, Azitromicina e Moxifloxacino. Após 24 horas, houve melhora significativa dos sintomas e, em 72 horas, resolução completa da hiperemia, quemose e secreção ocular. A cultura da secreção ocular revelou crescimento de Haemophilus sp. O paciente foi encaminhado para iniciar um esquema de cobertura vacinal para germes encapsulados pós-esplenectomia. Discussão: A conjuntivite bacteriana requer avaliação cuidadosa, especialmente em casos de comorbidades sistêmicas, devido ao risco de complicações graves. Identificar o agente causador é crucial para um tratamento direcionado, especialmente em pacientes submetidos a esplenectomia, que possuem perda da função imunológica. A vacinação contra patógenos encapsulados, como o Haemophilus influenzae tipo b (Hib), desempenha um papel fundamental na prevenção de infecções, incluindo conjuntivite. É essencial seguir as diretrizes clínicas para garantir a vacinação adequada e minimizar o risco de infecções bacterianas graves. Conclusão: A identificação precisa do agente causador é crucial em casos de conjuntivite purulenta, especialmente em pacientes com esplenectomia, devido à maior vulnerabilidade a infecções por germes encapsulados. Isso permite um tratamento direcionado e minimiza o risco de resistência antibiótica e infecções causadas por patógenos resistentes.

Referências Bibliográficas

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Área

SUPERFÍCIE OCULAR (Trabalhos)

Instituições

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Bruno FRUJUELLI DE Melo, ALICE FRUJUELLI DE MELO