XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO MULTIMODAL EM UM PACIENTE COM NANOFTALMO: RELATO DE CASO E DISCUSSAO DO MANEJO TERAPEUTICO.

Resumo

1 INTRODUÇÃO
A Nanoftalmia é uma patologia rara, geralmente bilateral, caracterizada por olhos de comprimento axial (AL) pequeno, cristalino relativamente de tamanho normal e consequente alta hipermetropia [1,2]. O presente relato tem como objetivo apresentar os resultados de uma avaliação multimodal em uma paciente com nanoftalmo e discutir sobre o manejo desses pacientes.
2 DESCRIÇÃO DO CASO
Paciente feminina, 20 anos, alto hipermétrope desde a infância. Ao exame, apresentava fenda palpebral estreita e cristalino de dimensão normal em ambos os olhos, acuidade visual de 20/20 em olho direito com +15,00 dioptrias esféricas (DE) e 20/25 em olho esquerdo com +15,50 DE. A Retinografia evidenciou drusas de nervo óptico (NO) bilaterais, confirmados pela Tomografia de Coerência Optica (OCT) ao se observar lesões ovaladas com centro hiporeflectivo e margens hiperreflectivas e pela Autofluorescência, através de lesões hiperfluorescentes na topografia do NO. Na OCT, além das drusas, constatou-se coroide espessada e discreto aumento da depressão foveal. Na Ecografia Ultrassônica, confirmou-se AL menor que 15,5 mm, coroide espessa e lesão hiperecogenica sugestiva de drusas de NO. Na Ecobiometria Ultrassônica, detectou-se AL reduzido e uma diferença significativa entre as lentes intraoculares (LIOs) calculadas pelas fórmulas Holladay e SRK-T.
3 DISCUSSÃO
Os pacientes com nanoftalmia apresentam risco aumentado de glaucoma (sobretudo o de ângulo fechado pois o cristalino é relativamente grande em relação ao AL), estrabismo e ambliopia (diante da alta hipermetropia) e também efusões uveais associadas a esclera aumentada[1,2]. Podem apresentar complicações associadas as drusas de NO, como defeitos no campo visual e neuropatia optica isquemica não arterítica[3]. Observa-se que a paciente do caso apresentou achados típicos condizentes com nanoftalmia. A maior demanda da paciente era a correção do erro refracional, uma vez que apresentava dificuldade de adaptação aos óculos. A paciente foi encaminhada para o teste de lentes de contato uma vez que a cirurgia de facoemulsificação não foi considerada devido a dificuldade no cálculo da LIO.
4 CONCLUSÃO
O tratamento dos pacientes com nanoftalmo pode ser desafiador devido as potenciais complicações que podem surgir diante do manejo clínico e cirúrgico dessa patologia. A definição do melhor tratamento deve ser individualizada. O manejo precoce do erro refracional é de extrema importância para o desenvolvimento visual.

Referências Bibliográficas

Área

GERAL (Trabalhos)

Instituições

CENTRO OFTALMOLÓGICO DE MINAS GERAIS - Minas Gerais - Brasil

Autores

CLAUDIA CASSIA GAMA, ISABELA NEGREIROS RIBEIRO, JULIA SANT'ANNA ROCHA GOMES, JULIANA LAMBERT ORÉFICE, PATRICIA GRAZIELA BRAGA