XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

DEGENERAÇAO LIPIDICA CORNEANA POS-CERATITE INFECCIOSA GRAVE: RELATO DE CASO E DISCUSSAO TERAPEUTICA

Resumo

1 INTRODUÇÃO
A degeneração lipídica (DL) é uma condição ocular rara, geralmente associada à vascularização anormal na córnea, e pode ser idiopática ou secundária a outras doenças oculares [1] . O presente relato tem como objetivo apresentar o caso de uma paciente que desenvolveu a DL após quadro de ceratite infecciosa grave, e discutir a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado para evitar complicações e piora do prognóstico visual.
2 DESCRIÇÃO DO CASO
Paciente feminina, 25 anos, usuária de lente de contato gelatinosa, queixando-se de dor intensa no olho esquerdo (OE). Ao exame apresentava lesão fluorpositiva em região paracentral do OE (4 x 2mm). Devido critérios de gravidade, iniciado colírios fortificados com Cefazolina e Gentamicina com resolução da infecção após 17 dias de tratamento. Após 3 anos observado leucoma residual (3,0 x 1,3 mm) sem infiltrado, mas com neovasos adjacentes e depósito de lipídio em região superior do leucoma, com melhor visão corrigida nesse olho de 20/40-2.
3 DISCUSSÃO
A DL por causas secundárias é a forma mais comum e está associada a infecções, inflamações ou traumas oculares prévios que corroboram para a neovascularização anômala da córnea com aumento dos fatores pró-angiogênicos. Dentre as opções de tratamento podemos citar corticosteróides, terapia fotodinâmica (PDT) , anti-VEGFs, laser de argônio e transplante de córnea. A PDT tem algumas vantagens pelo fato de ser minimamente invasiva, entretanto, o alto custo financeiro impacta na aquisição do mesmo. Os anticorpos monoclonais atuam inibindo os fatores de crescimento (VEGF), sendo o Ranibizumabe vantajoso uma vez que possui menor peso molecular - com melhor penetração corneana. Embora alguns estudos não mostrem diferenças significativas entre os dois medicamentos quando administrados via subconjuntival, outros sugerem que o Bevacizumab pode levar a menos inflamação local [2,3]. A ceratoplastia (penetrante ou lamelar) fica reservada para os casos refratários ao tratamento tópico ou casos com degenerações muito extensas. No caso, foi optado por conduta conservadora, devido a boa acuidade visual, acometendo parcialmente o eixo.
4 CONCLUSÃO
O manejo e tratamento da DL corneana pode ser desafiador devido ao alto custo dos medicamentos e alta taxa de recorrência. A combinação entre os diferentes tipos de opções pode ser necessária a fim de atingir um melhor resultado, assim como a intervenção precoce para evitar neovascularização de difícil controle.

Referências Bibliográficas

Área

CÓRNEA (Trabalhos)

Instituições

CENTRO OFTALMOLÓGICO DE MINAS GERAIS - Minas Gerais - Brasil

Autores

CLAUDIA CASSIA GAMA, ISABELA NEGREIROS RIBEIRO, IGOR RAMOS SOARES, LAURA PINHEIRO VIZIBELLI CHAVES, CAMILA DE OLIVEIRA RIBEIRO, ARTUR CARVALHO DIAMANTE, BRUNA LUIZA FARIA AMORIM, LUISA SANTANA SANTOS, JULIA PINHEIRO AMANTEA VILELA, LUIZA GONÇALVES ANDRADE RIBAS, MARIA GABRIELA PRANDINI NUNES COTA, LIVIA HASTENREITER MELO BATALHA