XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

ECTROPIO PALPEBRAL PARALITICO: UM RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: O ectrópio palpebral é uma condição caracterizada pelo mau posicionamento da pálpebra que leva a exposição da margem palpebral e consequentemente da conjuntiva e córnea. É classificado como congênito ou adquirido (involucional, mecânico, cicatricial e paralítico). Os sintomas mais comuns são a irritação ocular e lacrimejamento excessivo. O tratamento envolve medidas sintomáticas e em alguns casos, cirurgia corretiva para reposicionamento palpebral. DESCRIÇÃO DO RELATO DE CASO: Homem, 70 anos, hipertenso e tabagista com histórico de infarto agudo do miocárdio. Relata paralisia facial periférica à esquerda e exposição corneana, que se iniciou em fevereiro de 2022, cerca de 30 dias após a realização de um cateterismo. Nega cirurgias ou traumas oculares prévios. À ectoscopia foi observado ptose importante de supercílio à esquerda, ausência de função do músculo frontal à esquerda, desvio de rima labial à direita, ectrópio palpebral inferior à esquerda (PIE) com um lagoftalmo de 9mm. À biomicroscopia apresentava superfície corneana irregular com opacidade linear nasal e presença de punctatas difusas. Diante do risco de perfuração ocular, o paciente foi submetido a uma reconstrução palpebral com tarsal strip em PIE e lifting de testa à esquerda. DISCUSSÃO: O ectrópio é caracterizado pela eversão das margens palpebrais sendo a inferior mais frequentemente acometida. Hiperemia conjuntival, alterações corneanas e alterações inflamatórias são manifestações comuns a todos os tipos etiológicos de ectrópio. Este pode ser subdividido em involucional, cicatricial, paralítico e congênito, sendo o tratamento cirúrgico considerado definitivo a todos os casos. O procedimento visa o reposicionamento palpebral, de modo a restaurar sua função e melhorar a aparência estética. Busca-se restaurar a funcionalidade, para permitir que a pálpebra se feche completamente sobre o globo ocular, protegendo a córnea e os tecidos oculares de danos e irritações. No tratamento do ectrópio paralítico, evidenciado no presente caso, foi realizado o reposicionamento palpebral inferior pela técnica de tarsal strip com o reposicionamento do supercílio à esquerda. CONCLUSÃO: A cirurgia para correção do ectrópio palpebral paralítico visa a restauração da função palpebral, melhora dos sintomas e estética do paciente, como realizado no caso descrito acima.

Referências Bibliográficas

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Área

OCULOPLÁSTICA (Trabalhos)

Instituições

Centro Universitário de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

ALEXANDRE DE CASTRO BROMMONSCHENKEL, FERNANDA CAETANO SOLANO OLIVEIRA, GUSTAVO GUIMARÃES ROCHA FIGUEIREDO, CAROLINA CARVALHO TOLENTINO, STELLA GONTIJO SANT’ANNA VAZ DE MELO DORNELES, GABRIELA MÉSSEDER CARVALHO, RAFAELA FERREIRA DE SOUZA, CAMILA DIAS MEDEIROS