XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

BAIXA ACUIDADE VISUAL ASSOCIADA A COLOBOMA: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: O coloboma é um defeito ocular decorrente do fechamento incompleto da fissura embrionária em uma ou mais estruturas oculares, sendo mais prevalente a forma típica, na qual estão envolvidas a parte inferior e nasal inferior. Pode ocorrer de forma unilateral ou bilateral e em sua maioria ocorre esporadicamente, embora também ocorra a partir de defeitos genéticos hereditários ou anormalidades cromossômicas. Descrição do relato de caso: C.G.S, feminino, 45 anos. Encaminhada para avaliação em serviço de retina após detectada BAV não justificada pela catarata em avaliação pré-operatória de mutirão. História de toxoplasmose ocular bilateral. Ao exame: AVCC de 20/200 e 20/400. À biomicroscopia, coloboma de íris e cristalino inferior, ausência de tecido iriano na região inferior e cristalino transparente com focos de opacidade leve em ambos os olhos (AO). À fundoscopia: vítreo claro, coloboma na região inferior ao disco óptico, cicatriz de retinocoroidite por toxoplasmose em feixe papilomacular, disco com inserção oblíqua em AO. OCT: afilamento da retina interna e externa até ausência de retina interna em região inferior, peridiscal há transição com cicatriz de retinocoroidite. Nas outras regiões, aumento da refletividade pelo EPR afilado. Discussão: A paciente em questão possui coloboma coriorretiniano com coloboma de íris, cristalino e disco em AO. Casos hereditários e defeitos cromossômicos podem estar associados a anomalias, dos quais 15 a 30% podem ter a Síndrome CHARGE. Os sinais da doença incluem baixa AV, ambliopia e erros de refração, mesmo que colobomas poupadores do disco e fóvea possam permanecer assintomáticos. Complicações incluem afinamento progressivo do anel neurorretiniano, neovascularização coroideana e descolamento da retina, a causa mais comum de perda aguda da visão. Em caso de coloboma, a facectomia está associada a um risco de complicações maior que o normal. Embora a anomalia congênita não tenha correção, o diagnóstico precoce é fundamental para o manejo das complicações e utilização de auxílios ópticos. Conclusão: O acompanhamento oftalmológico de pacientes com quadro de coloboma é indispensável para a prevenção de possíveis complicações que possam trazer maiores prejuízos para o indivíduo. Ademais, o uso de recursos ópticos e não ópticos utilizados na visão subnormal, visto que a paciente possui baixa acuidade visual grave bilateral, é de grande importância.

Referências Bibliográficas

1. Kanski J. Kanski’s Clinical Ophthalmology International Edition: a systematic approach. 9 ed. S.L.: Elsevier Health Sciences; 2020.
2. Lingam G, Sen AC, Lingam V, Bhende M, Padhi TR, Xinyi S. Ocular coloboma—a comprehensive review for the clinician. Eye [Internet]. 2021 Mar 21; Available from: https://www.nature.com/articles/s41433-021-01501-5.pdf

Área

GERAL (Trabalhos)

Instituições

CENTRO OFTALMOLÓGICO DE MINAS GERAIS - Minas Gerais - Brasil

Autores

LIVIA HASTENREITER E MELO BATALHA, PATRÍCIA GRAZIELA BRAGA, GIULIA DE JESUS MARCOLINO, PEDRO CARVALHO GUIMARÃES, MATHEUS BORGES DE CASTRO, JÚLIA SANT'ANNA ROCHA GOMES , ANDRÉ LOPES CARVALHO PEREIRA, BERNARDO FONTOURA CASTRO CARVALHO, LUISA SANTANA SANTOS, JÚLIA PINHEIRO AMANTÉA VILELA