XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

O PAPEL DA OCTA NA ARTERITE DE CELULAS GIGANTES

Resumo

Introdução: A Arterite de Células Gigantes (ACG) é uma vasculite sistêmica idiopática, caracterizada pela inflamação granulomatosa das artérias de médio e grande calibre, em especial as temporais. Segundo a literatura, a incidência de sintomas visuais na ACG pode chegar a 70%, e 20% dos pacientes podem apresentar perda visual permanente. A perda de visão é secundária à oclusão da artéria central da retina ou da oclusão da artéria ciliar posterior, manifestando-se como neuropatia óptica isquêmica anterior arterítica (NOIA-A). Embora a angiofluoresceinografia (AGF) tenha sido historicamente a modalidade de imagem padrão para demonstrar a patologia vascular coriorretiniana, a angiografia por tomografia de coerência óptica (OCTA) vem sendo considerada uma alternativa promissora.Relato de caso: Paciente de 74 anos portadora de ACG devido ao quadro de fadiga, cefaleia temporal, claudicação de mandíbula e baixa de visão súbita restrita ao olho direito. Exames complementares: VHS de 100 mm (1ª hora) e biópsia de artéria temporal confirmaram o diagnóstico, sendo submetida à corticoterapia venosa. A 1ª avaliação neuro- oftalmológica após 1 ano do início do quadro ocular revelava acuidade visual conta dedos a 40cm no OD e 20/20 no OE. Teste pupilar revelava defeito pupilar aferente relativo à direita. Testes de sensibilidade ao contraste e cromático ao Ishihara eram inviáveis à direita e dentro da normalidade à esquerda. Biomicroscopia e a tonometria dentro da normalidade. O exame fundoscópico e a AGF revelaram no OD palidez de disco óptico associado as áreas de baixa perfusão coriorretiniana. O exame de OCTA revelou no OD uma baixa densidade vascular coriorretiniana “estratificada” nas camadas superficiais e profunda da retina, a coriocapilar e a coróide. Discussão: A OCTA é um método não invasivo, que permite precisar in vivo, o processo patológico da ACG sem a necessidade do uso de contraste utilizado na AGF, podendo, ainda, proporcionar um estadiamento mais criterioso da doença em relação à resposta terapêutica. Vem se tornando um método complementar quando a biópsia de artéria temporal não é disponível e nos casos em que haja contraindicação ao uso do contraste, ora por nefropatia ora por atopia, na população idosa comumente afetada pela ACG.Conclusão:A OCTA é uma opção promissora para diagnóstico da ACG em pacientes idosos especialmente com contraindicações para AGF.

Referências Bibliográficas

1.Casella AMB, Mansour AM, EC S, do Prado RB, Meirelles R, Wong K, et al. Choroidal ischemia as one cardinal sign in giant cell arteritis. International Journal of Retina and Vitreous. 2022 Sep 24;8(1).


2. Chen Q, Chen W, Feng C, Gong D, Zhang J, Bi Y, Sun P, Sun X, Tian G. Giant Cell Arteritis Presenting With Ocular Symptoms: Clinical Characteristics and Multimodal Imaging in a Chinese Case Series. Front Med (Lausanne). 2022 Jun 20;9:885463.



3. Lu ES, Yuan A, Cohen DA, Katz R, Miller JB, Gaier ED. Detection of Choroidal Hypoperfusion in Giant Cell Arteritis Using Swept-Source Optical Coherence Tomographic Angiography. J Neuroophthalmol. 2022 Feb 25:10.1097.

Área

NEUROFTALMOLOGIA (Trabalhos)

Instituições

IOCM - Minas Gerais - Brasil

Autores

SARA CORREA COSTA, SABRINA GLORIA COSTA, BEATRIZ MARIA MONTEIRO SOUZA, LUCIANO SIMÕES, ANA MARIA VIERA DA ROCHA OLIVEIRA