XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

TRAUMA OCULAR COM PERMANENCIA DE CORPO ESTRANHO INTRAOCULAR ORGANICO EM SEGMENTO ANTERIOR: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: Traumas oculares com permanência de corpos estranhos intraoculares (CEIOs) se referem a objetos estranhos que penetram e passam pela parede do globo ocular e se alojam no interior do olho. Descrição do Relato de Caso: Paciente masculino, 52 anos, comparece em pronto-socorro de hospital terciário com relato de ter sofrido trauma ocular a esquerda com material vegetal ao realizar trabalho em zona rural. Queixa-se de dor, hiperemia conjuntival e lacrimejamento. À inspeção, apresenta retenção de corpo estranho vegetal em câmara anterior do olho esquerdo. Frente a isso, foi encaminhado com urgência ao bloco cirúrgico e realizada reconstrução de câmara anterior do olho esquerdo com remoção de corpo estranho, lavagem, selagem das incisões e curativo oclusivo. Paciente evolui bem em pós operatório, recebendo alta dois dias após procedimento para seguimento ambulatorial. Discussão: A maioria dos CEIOs pós-traumáticos alojam no segmento posterior (69%) e, em menor quantidade, no segmento anterior (31%). Contudo, partículas orgânicas e vegetais costumam se fixar no segmento anterior. Quando o trauma se associa à retenção de um CEIO, as lesões são usualmente mais graves, pelo maior risco de infecção e toxicidades locais. Quando trauma com vegetais, alerta-se para com a ceratite fúngica. A energia cinética do corpo estranho dissipada nos tecidos é um dos fatores determinantes para a caracterização da lesão. Em baixa velocidade, o objeto resulta em ruptura e laceração direta dos tecidos. Em alta velocidade pode provocar cavitação do tecido atingido e ondas de choque diretamente relacionadas ao dano cerebral e prognóstico desfavorável. Conclusão: O trauma ocular penetrante é uma das principais causas de diminuição ou perda da acuidade visual. Contudo, acidentes com vegetais não costumam ter velocidade suficiente para penetrarem além da câmera anterior do olho, gerando um prognóstico melhor que aqueles traumas que ultrapassam esse limite. Em todo caso, a retirada do corpo estranho é primordial, bem como o controle ambulatorial com o médico oftalmologista.

Referências Bibliográficas

REFERÊNCIAS:
Medeiros, V R S T D N, Morais H A, Souza Júnior E F, Fernandes A V. Diagnóstico e manejo de trauma por corpo estranho penetrante em órbita: Série de casos. Research, Society and Development. 2021
Coelho V T S, Guedes F C, Neto J L B, Chaves R M, Pantel C G R, Duarte J C B, et al. Trauma penetrante com permanência de corpo estranho intraocular: diagnóstico e tratamento tardio. REAS. 2022

Área

URGÊNCIAS E TRAUMAS (Trabalhos)

Instituições

UNIFIPMoc - Minas Gerais - Brasil

Autores

GUSTAVO CAIRES GASPERAZZO, ANDRÉ AUGUSTO DIAS SILVEIRA, LUCAS LOPES FAGUNDES, BRUNA SOUSA AGUIAR, RAFAELA ZILIO BANDEIRA, ANA LAURA OLIVEIRA SANTOS DIAS GUIMARÃES