XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

APRESENTAÇAO ATIPICA DE CARCINOMA METASTATICO DE COROIDE: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução
Com o advento da quimioterapia no tratamento de neoplasias, o câncer tornou-se uma doença crônica. Com sobrevida maior, pacientes vêm apresentando cada vez mais metástases para diversos órgãos, incluindo globo ocular.A metástase de coroide é o sítio ocular mais acometido e o câncer de mama seu principal causador.
Relata-se aqui caso de metástase de neoplasia mamária para coroide.
Descrição
Feminina, 84 anos, encaminhada para avaliação de baixa acuidade visual (AV) súbita em olho direito (OD). Nega dor ou outros sintomas. Comorbidades: diabética tipo II e neoplasia mamária com metástase óssea – em uso de anastrazol.
Exame oftalmológico: AV OD conta dedos a um metro e OE 20/40. Biomicroscopia sem alterações. Fundoscopia: microaneurismas, provável fluido subrretiniano e hemorragias retinianas difusas em ambos os olhos. Levaram-se hipóteses diagnósticas metástase coroidal e vasculopatia polipoidal. Angiografia: lesão hipopigmentada subrretiniana nasal ao nervo óptico associada a hemorragia subrretiniana, com hiperfluorescência progressiva por leakage. OCT: lesão hiporreflectiva coroidiana elevada e ondulada “lumpy-bumpy sign” associada a fluido subrretiniano. Devido ao quadro clínico neoplásico da paciente e os achados aos exames, confirmou-se implante secundário metastático na coroide de OD. Encaminhou-se paciente ao oncologista para otimização do tratamento quimioterápico.
Discussão
A maioria das metástases intraoculares ocorre na coroide, por via hematogênica. Elas podem ser bilaterais e multifocais, assintomáticas ou manifestar-se com perda visual indolor e descolamento de retina exsudativo. O diagnóstico é baseado na história clínica e exame oftalmológico completo. Métodos complementares, como angiografia fluoresceínica e ecografia podem ser empregados. As lesões características são branco-amareladas, de limites imprecisos e irregulares. Pode haver alteração pigmentar, em aparência típica “pele de leopardo”. Ou seja, quadro amplo de apresentação, como demonstrado no caso relatado. Quando ao tratamento, quimioterapia sistêmica é, em geral, suficiente para metástases coroidais pequenas, sendo às vezes necessária radioterapia.
Conclusão
O relato acima evidencia a importância da associação clínica com as queixas oftalmológicas, bem como a necessidade de investigação minuciosa e acompanhamento multidisciplinar de pacientes com quadros neoplásicos sistêmicos. A alta suspeição para metástase ocular é imprescindível para um tratamento adequado.

Referências Bibliográficas

American Academy of Ophtalmology / 2022-2023 / Basic and Clinical Science Course
Ophtalmology - Myron Yanoff / 5th Edition - 2019 / Elsevier
Oftalmologia Clínica - Bowling B KANSKI / 9a Edição / Guanabara Koogan
Série Oftalmologia Brasileira - Conselho Brasileiro de Oftalmologia / 4a Edição, 2016-2017

Área

ONCOLOGIA (Trabalhos)

Instituições

Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre - HBO/RS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

MONICA MANICA, MARIA PAULA SANDRI FACCHIN, SUZANE CABRAL , STEPHANIE NIEDERAUER