XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

Paralisia do Olhar Conjugado Horizontal secundário a AVE e seus possíveis diagnósticos diferenciais topográficos: Relato de Caso

Resumo

INTRODUÇÃO: Descrever o caso de uma paralisia do olhar conjugado a esquerda após quadro de AVE e discutir seus possíveis diagnósticos diferenciais topográficos
RELATO DO CASO: Paciente do sexo Masculino, 60 anos de idade, previamente hipertenso e hipotireoideo apresentou 4 sucessivos episódios de AVE além da exérese de tumoração cerebelar há cerca de 3 anos. Evoluiu, desde então, com paralisia do olhar conjugado a esquerda, na qual apresenta restrição moderada de adução do olho direito (-4) e restrição completa da abdução do olho esquerdo (-7) ao olhar para a esquerda. Não apresenta nenhuma outra alteração nas demais versões. O cover test revela esotropia incomitante para perto e para longe de 50 dP em posição primária do olhar (PPO) que se acentua em levoversão e diminui em dextroversão. Apresenta movimento de convergência binocular preservado. Não apresenta alteração dos reflexos pupilares, defeito pupilar aferente relativo, alteração na acuidade visual, na percepção de cores e contraste, ao exame biomicroscopico anterior e posterior e ao mapeamento de retina. O paciente refere percepção de diplopia binocular horizontal em PPO que se acentua ao olhar para esquerdo e que melhora ao olhar a direita.
DISCUSSÃO: A prevalência geral da paralisia do olhar conjugado, incluindo a paralisia à esquerda, é relativamente baixa, afetando menos de 1% da população. Sendo assim, sua incidência é rara, havendo poucos estudos científicos sobre tal condição. Dentre suas etiologias, destaca-se o AVE, que repercute com manifestações extra-oculares e oculares, tais como estrabismo, limitação do movimento ocular, diploplia, nistagmo e comprometimento da visão periférica. Outrossim, existem outras condições capazes de cursar com as mesmas alterações clínicas como paralisia isolada do nervo abducente, síndrome de Claude e síndrome de Wallenberg.
CONCLUSÃO: O quadro apresentado suscita alguns diagnósticos diferenciais no âmbito das alterações que cursam com alteração no olhar conjugado horizontal. Pontuam-se como diagnósticos diferenciais a oftalmoplegia internuclear, lesões pontinas, lesões do núcleo do 6º par craniano e lesões a nível dos campos oculares frontais. Frisa-se a importância da ampla investigação clínica e neurológica nos pacientes que abrem subitamente quadros de oftalmoplegias visto que essas alterações podem decorrer de AVEs e outras neuropatias potencialmente fatais e/ou de alta morbidade.

Referências Bibliográficas

Andrew GL. UpToDate. Distúrbios do olhar ocular. 2023.
Teresa CF, Axel P, Elliot MF. UpToDate. Oftalmoparesia internuclear. 2020.
Brad B. Oftalmologia Clinica. 8. Ed. Elsevier; 2016. 928 p.

Área

NEUROFTALMOLOGIA (Trabalhos)

Instituições

Instituto Metropolitano de Ensino Superior - Minas Gerais - Brasil

Autores

MARIA LUIZA, HUGO HENRIQUE MENESES VIEIRA , CAROLINA MENEZES DUTRA