XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: TUMOR MIOFIBROBLASTICO INFLAMATORIO DE ORBITA NAO METASTATICO

Resumo

INTRODUÇÃO
O tumor miofibroblástico inflamatório (TMI) pode ser definido como lesão que simula neoplasia clínica e radiologicamente. Não se trata de uma entidade clínico-patológica única, mas um termo genérico para qualquer lesão expansiva inflamatória crônica inespecífica. Os locais mais acometidos são pulmão e órbita.
DESCRIÇÃO DO RELATO DE CASO
Masculino, 10 anos, compareceu à Urgência Oftalmológica com relato de lesão orbitária à esquerda de crescimento rápido e início súbito há 3 meses. Nega trauma e dor. RNM de órbita evidenciava formação tecidual extraconal envolvendo teto da cavidade orbitaria esquerda, com realce de contraste, medindo 4,5 x 2,5x 1,1 cm. Ao exame: Acuidade Visual com correção (AVCC):20/20 em OD e 20/40 em OE, pupilas isocóricas e fotorreagentes. Proptose em OE com discreta restrição da movimentação ocular 360°. Fundo de olho sem alterações. O paciente foi internado para realização de biopsia e solicitado avaliação da oncologia. O Anatomopatológico revelou processo inflamatório com eosinofilia e formação de folículos linfoides em meio a estroma fibrocolagenizado. Imuno Histoquimica: Processo Inflamatório crônico granulomatoso com necrose central. Dado o Diagnóstico de TMI de órbita não metastático foi realizado ressecção parcial da lesão orbitária, iniciado Quimioterapia e após Prednisona oral em redução lenta com melhora parcial do quadro de proptose e AVCC:20/20 em OD e 20/25 em OE.
DISCUSSÃO
A etiopatogenia do TMI é desconhecida, não há predomínio de sexo ou raça, e a idade de acometimento é de 1 a 73 anos. Geralmente trata-se de tumor benigno, que, raramente, infiltra estruturas vizinhas ou apresenta desenvolvimento multifocal. O diagnóstico é histopatológico e o tratamento, quando possível, é a ressecção cirúrgica completa, com exceção para os tumores de órbita. Há relatos de regressão espontânea do tumor e de metástases à distância. A radioterapia e a quimioterapia vêm sendo tentadas nos casos irressecáveis. Os esteroides são primeira escolha nos tumores orbitais, mas a resposta terapêutica é imprevisível.
CONCLUSÃO
Esse relato destaca a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado dos tumores orbitários para preservar a acuidade visual e prevenir sequelas oculares graves.

Referências Bibliográficas

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Área

ORBITA E VIAS LACRIMAIS (Trabalhos)

Instituições

SANTA CASA MISERICORDIA DE BELO HORIZONTE - Minas Gerais - Brasil

Autores

ANA CLAUDIA GUERRA DUTRA DE RESENDE, LAURA MORAES DA SILVA, ARTHUR OLIVEIRA RODRIGUES FRANGO, RICARDO AUGUSTO BARCELOS MACIEL, ISADORA VIEIRA MENICUCCI FERRI, RAPHAEL COELHO SANTOS, JESSICA MAYARA SILVA NERY