XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

CORPO ESTRANHO ALOJADO EM CAMARA POSTERIOR

Resumo

Introdução: No Brasil, de acordo com dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, dos 445.814 casos de acidente de trabalho registrados em 2020, 1.962 corresponderam a trauma de olho e órbita ocular. Objetivo: Apresentar um caso de corpo estranho (CE) intraocular em segmento posterior. Método: Estudo qualitativo, transversal, retrospectivo, descritivo e observacional do tipo relato de caso baseado em dados retirados do prontuário do paciente. Descrição do relato de caso: Homem, 31 anos, trabalhador rural, sem comorbidades, relatou trauma de olho direito (OD) após acidente com roçadeira mecânica. Recebeu primeiro atendimento em PS oftalmológico do HC de Marília, 1h após acidente. Ao exame, apresentava acuidade visual com correção de 20/30 em OD e 20/20 em OE. A biomicroscopia de OD evidenciou conjuntiva clara, córnea transparente com laceração curvilínea de espessura total de 2mm de comprimento às 9h, flúor positivo. Reação inflamatória de câmara anterior 2+/4+, iris com fenestração medindo 1,5mm de diâmetro às 9h, cristalino transparente. Pressão intraocular de 14mmHg em ambos os olhos. Ao fundo de OD não foi visualizado corpo estranho (CE) e descolamento de retina. Realizada TC de Crânio, na qual foi evidenciada presença de CE metálico alojado em câmara posterior de OD. Optou-se por internação, avaliação de profilaxia para tétano, antibioticoterapia, atropina 1% colírio 12h/12h e indicação de cirurgia de vitrectomia via Pars Plana com retirada de CE no vítreo associada a facoemulsificação com implante de lente intraocular de OD. Após 3 dias do trauma, apresentava acuidade visual corrigida de OD de contagem de dedos a 2 metros e catarata branca à biomicroscopia. Submetido às cirurgias sem intercorrências. Apresentou boa evolução e no 30° PO apresentava acuidade visual corrigida de OD de 20/20, ausência de inflamação intraocular a biomicroscopia e mácula definida com retina aplicada em toda sua extensão. Discussão: No caso relatado, embora houvesse história clínica compatível e sinais clínicos típicos da presença de CE intraocular, a ausência de um ponto de entrada inequívoco do CE, associada a clínica com poucas alterações podem dificultar o diagnóstico de uma condição grave.Conclusão: Visto a alta frequência de traumas oculares no país e subnotificação de casos, deve-se atentar e conhecer os mecanismos de trauma para elevar a suspeita diagnóstica em casos que se apresentem de forma inocente, mas potencialmente graves.

Referências Bibliográficas

1. Ministério do Trabalho e Previdência. Quantidade de acidentes do trabalho por situação do registro e motivo, segundo os 200 códigos de Classificação Internacional de Doenças - CID-10 mais incidentes, no Brasil - 2020. [acesso em 11 jun de 2023.] Disponível em: https://www.gov.br
2. Gervasio KA, Peck TJ, Fathy CA, Sivalingam MD, Friedberg MA, Rapuano CJ. The Wills eye manual : office and emergency room diagnosis and treatment of eye disease. Philadelphia: Wolters Kluwer; 2022.

Área

URGÊNCIAS E TRAUMAS (Trabalhos)

Instituições

FAMEMA - São Paulo - Brasil

Autores

GABRIEL MAKOTO MURAKOSHI TATEYAMA, ARTUR RODRIGUES DE ALMEIDA RAMOS, LEONARDO YUJI ARAI INOUE