Dados do Trabalho

Título

NEURORRETINITE POR BARTONELLA HENSELAE: UM RELATO DE CASO

Resumo

Introdução:
A Doença da Arranhadura do Gato (DAG) é uma doença associada à infecção da bactéria gram-negativa Bartonella henselae, com transmissão através da arranhadura de gatos infectados. As apresentações oculares ocorrem em 5-10% das pessoas infectadas. O objetivo desse caso é relatar a investigação e o desfecho de um caso de neurorretinite por Bartonella henselae.
Relato do Caso:
Homem, 25 anos, hígido, procurou atendimento oftalmológico com quadro de baixa acuidade visual (AV) em olho direito (OD) progressiva há 15 dias. História de convívio com vários gatos de estimação. Apresentava AV de 20/200 em olho direito e 20/20 em olho esquerdo (OE). À biomicroscopia sem achados relevantes. Fundoscopia de OD: Borramento de disco óptico em topografia inferior e nasal com exsudatos maculares em aspecto estrelado. OE sem alterações. Realizado Retinografia (Figura 1) e tomografia de coerência óptica (Figura 2) que demonstrou hiperrefletividade principalmente na camada plexiforme externa com irregularidades nas camadas externas por sombreamento em OD. Sorologias para HIV, Toxoplasmose, Sífilis, Tuberculose foram negativas. Bartonella henselae IgG: 1:2560, IgM: 1:100 confirmando o diagnóstico de Neurorretinite por DAG. Iniciado Doxiciclina 100mg 12/12 horas por 30 dias com acompanhamento semanal. Após 30 dias, o paciente evoluiu com melhora significativa da AV (20/20 ambos os olhos) e reorganização da estrutura retiniana.
Discussão:
Na avaliação é importante sempre buscar por histórico de contato com gato e, assim, solicitar exames sorológicos para a confirmação, de modo a excluir diagnósticos diferenciais como a toxoplasmose e a sífilis. A doença geralmente é autolimitada, com bom prognóstico independente de tratamento. Contudo, a utilização de antibióticos sistêmicos, tem apresentado bons resultados com melhor AV final, como exposto no caso.
Conclusão:
Existem raros casos relatados, provavelmente não devido à baixa incidência e sim a não inclusão dessa doença no diagnóstico diferencial de outras patologias. Dessa forma, é importante o conhecimento dessa apresentação clínica para avaliarmos a sua real incidência na população.

Referências Bibliográficas

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