XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

SINDROME DO OLHO PESADO (HEAVY EYE SYNDROME): UMA REVISAO NARRATIVA

Resumo

INTRODUÇÃO: A síndrome do olho pesado foi descrita pela primeira vez em 1966 por Bagshaw. Também denominada estrabismo fixo míope ou estrabismo fixo convergente, apresenta-se com esotropia e hipotropia progressivas, de grande ângulo, causando abdução e supradução limitadas. É observado em olhos com comprimentos axiais aumentados e alta miopia. OBJETIVO: Analisar a Síndrome do Olho Pesado, considerando os principais aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, compreendida no período de 2018 a 2023, realizada a partir de artigos científicos em português e inglês, obtidos nas bases de dados Biblioteca virtual em saúde (BVS), PUBMED e SciELO, utilizando-se os descritores: "Síndrome do Olho Pesado", "Heavy Eye Syndrome" e "estrabismo vertical". O critério de exclusão foi o ano de publicação, sendo excluídos artigos publicados anteriormente a 2018. Foram selecionados nove artigos, dos quais seis foram publicações internacionais e três, nacionais. RESULTADOS: A fisiopatologia da síndrome do olho pesado se baseia no prolapso do quadrante superotemporal do globo ocular posterior para fora do cone muscular, secundário ao alongamento do globo ocular míope. O globo ocular alongado se hernia entre os músculos reto superior e reto lateral, deslocando assim o reto superior medialmente e o reto lateral inferiormente. O quadro clínico geralmente é apresentado por estrabismo e diplopia progressiva, associados ao cenário de alta miopia. A realização da ressonância magnética é controversa entre os autores, mas auxilia na detecção do prolapso e do deslocamento anormal dos músculos extraoculares. O diagnóstico diferencial deve ser realizado com bases em outras etilogias de estrabismo adquirido, incluindo síndrome do olho flácido, ou sagging eye syndrome, miastenia gravis ocular, oftalmopatia de Graves e paralisia do VI nervo craniano. Os pacientes podem optar pela observação, a depender da gravidade de seus sintomas. A miopia concomitante pode ser tratada com óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa. Entretanto o tratamento do estrabismo é tipicamente cirúrgico. CONCLUSÃO: Na maioria das vezes, os pacientes são alto míopes e apresentam diplopia progressiva secundária a esotropia e hipotropia de grande ângulo, que causam abdução e supradução limitadas. O conhecimento detalhado da clínica e da anatomia envolvida nessa síndrome é essencial para uma intervenção efetiva

Referências Bibliográficas

Hennein L, Robbins SL. Heavy eye syndrome: myopia-induced strabismus. Survey of Ophthalmology 2021: 66(1), 138-44. DOI: 10.1016/j.survophthal.2020.06.001

Kinori M, Pansara M, Mai DD, Robbins SL, Hesselink JR, Granet DB. (2020). Inferior rectus displacement in heavy eye syndrome and sagging eye syndrome. Graefe's Archive for Clinical and Experimental Ophthalmology 2020; 258(5), 1109-1113. DOI: 10.1007/s00417-020-04629-4

Pineles SL. Acquired Diplopia in Adults: Heavy Eye Syndrome. Journal of Binocular Vision and Ocular Motility 2022; 72(4), 223-25.

Área

ESTRABISMO (Trabalhos)

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFIPMOC - Minas Gerais - Brasil

Autores

VICTORIA LIERY RIBEIRO ALVES, YURE BATISTA DE SOUSA, SÁLUA TRIGO EL-KHOURI BERNADES, ANNA JULIA ANTUNES PEREIRA, THAYNAH ROCHA DO CARMO, THAÍS NUNES ANDRADE