XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSAO INTRACRANIANA SECUNDARIA A TROMBOSE DE SEIO VENOSO APOS INFECÇAO POR COVID-19: RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: A Trombose Venosa Cerebral constitui menos de 1% dos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), sua incidência é maior entre mulheres, na faixa dos trinta anos. Entre seus fatores de risco, estão os eventos trombóticos em pacientes com distúrbios de coagulação, que aumentaram após a pandemia da COVID-19. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente com Hipertensão Intracraniana (HIC) secundária à Trombose de Seio Venoso (TSV) pós-infecção por SARS-CoV-2. RELATO DE CASO: Homem, 52 anos, com diagnóstico de Trombocitemia Essencial e Doença de Von Willebrand, desde os 38 anos, foi encaminhado ao Hospital de Olhos Hilton Rocha, em 2018, para avaliar papiledema, em ambos olhos (AO), após trombose do seio sigmoide e jugular, com AV CC de 20/20 AO. Em junho de 2020, pós-infecção por COVID-19, em uso profilático de Marevan, queixou-se de diplopia, vertigem e cefaléia pulsátil à direita, culminando em nova trombose em seio transverso e sigmóide à direita. Evoluiu com HIC refratária ao uso de Acetazolamida em altas doses e amaurose à esquerda. Houve discreta melhora da AV após derivação lombo-peritoneal. Atualmente, em uso de Varfarina e Hidroxiureia, sem novos eventos trombóticos, com AV CC: 20/20 OD e MM rente à face OE. Biomicroscopia e MOE sem alterações AO. Teste de Ishihara OD: 7/17 OD. Teste com tela de Amsler: escotoma superior OD. Reflexos pupilares com DPAR direto e indireto OD. CVM mostra contração e depressão das isópteras em região nasal inferior e superior, com escotoma relativa paracentral OD. Retinografia e OCT do disco óptico evidenciam papiledema importante bilateralmente. DISCUSSÃO: A infecção pela COVID-19 eleva o risco de eventos trombóticos, pois predispõe o organismo a um estado de hipercoagulabilidade ocasionado pela tempestade de citocinas. Doenças como a TSV aumentam suas chances de ocorrência pós-infecção por SARS-CoV-2, principalmente no grupo de alto risco: mulheres entre 20 a 40 anos em uso de anticoncepcional, obesos, diabéticos, tabagistas e com histórico prévio de alterações hematológicas. Como sintomas da TSV, podem-se citar: a cefaleia, seguida de convulsões, paresias e mudanças do estado mental. Em consequência da HIC, surge o papiledema, que pode levar à diplopia e à perda visual. CONCLUSÃO: É imprescindível o acompanhamento oftalmológico de pacientes com distúrbios de coagulação principalmente após a instauração da COVID-19 como fator de risco.

Referências Bibliográficas

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Área

NEUROFTALMOLOGIA (Trabalhos)

Instituições

Hospital de Olhos Hilton Rocha - Minas Gerais - Brasil

Autores

SIMONE SOARES DA SILVA, KAREN MARIA SOUSA MIRANDA, DANIELA MAURÍCIO RIBEIRO, BRUNNA SILVA DE ALVARENGA, ALESSANDRA LEITE PASQUALINI