XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

DESAFIO DIAGNOSTICO DE PSEUDOPAPILEDEMA EM PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução
O pseudopapiledema caracteriza-se por elevação anômala do disco óptico, de um ou ambos os olhos, sem associação com edema na camada de fibras nervosas da retina. É importante o diagnóstico diferencial com o papiledema, que é de fato o inchaço do disco óptico. Ambos causam confusão frequente na prática clínica, principalmente à fundoscopia.
Descrição do relato de caso
Paciente do sexo masculino, 41 anos, eutrófico, encaminhado por neurologia externa para avaliação por suspeita de papiledema. Relata há um mês oscilação da acuidade visual associada a cefaleia holocraniana que piora ao deitar, e zumbido bilateral. Nega outras patologias. Ao exame oftalmológico apresentava: acuidade visual corrigida (AVC) 20/25 em olho direito (OD) e 20/20 em olho esquerdo (OE), reflexo pupilar reagente, movimentação ocular e cover test sem alterações, biomicroscopia sem alterações significativas. À fundoscopia em OD: bordas do disco óptico com borramento difuso, presença de irregularidade em borda temporal superior, sem demais alterações. À fundoscopia em OE: bordas do disco óptico com borramento difuso, presença de irregularidade em borda nasal inferior, sem demais alterações. Foi realizada retinografia por autofluorescência, e visualizada hiper autofluorescência em disco de ambos os olhos, mais proeminente em olho direito, compatível com drusas de disco ocultas. A tomografia de coerência óptica de disco não demonstrou edema da camada de fibras nervosas em ambos os olhos, corroborando o diagnóstico de drusas de disco ocultas em ambos os olhos e refutando o quadro de papiledema.
Discussão
A drusa de disco é a causa mais comum de pseudopapiledema e consiste em depósitos extracelulares minerais e proteínas causadas pelo fluxo axoplasmático prejudicado. Com o tempo, as drusas podem causar elevação da cabeça do nervo óptico, e quando apresenta-se mais profundas e planas, podem não serem visíveis na fundoscopia e difíceis de diferenciar do papiledema. Essa patologia é herdada e pode estar associada a condições sistêmicas como a enxaqueca, tornando a sua diferenciação diagnóstica do papiledema ainda mais desafiadora.
Conclusão
Diferenciar o papiledema de pseudopapiledema constitui um desafio na prática clínica. Torna-se também difícil na presença de drusas do disco óptico ocultas, não observáveis à fundoscopia. A tomografia de coerência óptica e a retinografia autofluorescente demonstram sua importância dentre os exames complementares para o diagnóstico diferencial.

Referências Bibliográficas

American Academy of Ophthalmology. Pseudopapilledema and papilledema. https://www.aao.org/image/pseudopapilledema-papilledema-2 Accessed May 26, 2020
Hoyt, WF, Pont, ME. Pseudopapilledema: Anomalous Elevation of the Optic Disk. JAMA. 1962;181(3):191-196. doi:10.1001/jama.1962.03050290013003

Área

NEUROFTALMOLOGIA (Trabalhos)

Instituições

Santa Casa de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

ISADORA VIEIRA MENICUCCI FERRI, EDUARDO QUINTAO SANTANA, ISABHELLA OLIVEIRA MARQUES PIO, RAMON FAZZOLO DE NADAI , JESSICA MAYARA SILVA NERY, ANA CLAUDIA GUERRA DUTRA DE RESENDE , RAPHAEL COELHO SANTOS