XII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

PRIMODIAGNOSTICO DE CARCINOMA DUCTAL INVASOR DE MAMA COM METASTASE EM COROIDE: UM RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: Os tumores metastáticos, dentre as neoplasias oculares malignas, constituem o grupo mais prevalente, com destaque para o acometimento da coróide, devido sua rica vascularização. Os sítios primários mais relacionados são os tumores de mama e pulmão.¹ Relato de caso: Paciente, 39 anos, feminina, admitida pela clínica médica da Santa Casa de Belo Horizonte devido a mudança do padrão habitual de cefaleia, com dor refratária a analgesia, inicialmente sem sintomas oculares. Ressonância magnética de crânio evidenciou paquimeningite. Iniciada propedêutica para possíveis causas reumatológicas, infecciosas e neoplásicas. Em interconsulta oftalmológica, observada baixa acuidade visual em olho esquerdo (AVPH 20/200), com pressão intraocular e biomicroscopia sem alterações. Ao mapeamento de retina, edema de disco e hemorragia peridiscal, brilho macular reduzido, presença de lesão coroidiana elevada de aspecto amarelado associada a descolamento de retina seroso em arcada temporal inferior. À tomografia de coerência óptica, presença de líquido subrretiniano em região macular, dobras da retina e lesão coroideana elevada hiporreflectiva. Realizado ecografia ocular com presença de massa de limites imprecisos em coróide. Dessa forma, a principal hipótese diagnóstica foi a de metástase intraocular. Após investigação, realizado primodiagnóstico de carcinoma ductal invasor em mama esquerda, com metástase óssea, hepática, pulmonar, meníngea e ocular. A paciente evoluiu com rápida deterioração do quadro clínico e óbito, não sendo instituído tratamento oncológico específico. Discussão: Em geral, a detecção da metástase em coroide ocorre em pacientes que já possuem diagnóstico de uma neoplasia primária, entretanto, em alguns casos o acometimento ocular coincide com o primodiagnóstico.¹ As metástases oculares de câncer de mama são geralmente multifocais, bilaterais e associadas a outras metástases sistêmicas.¹ A manifestação clínica mais comum é a redução da acuidade visual; o diagnóstico é realizado por meio da história clínica, exame de fundo de olho e exames de imagem complementares (angiofluoresceinografia, ECO B e OCT).³ O tratamento pode ser local ou sistêmico, de acordo com as individualidades de cada caso.¹ Conclusão: Evidencia-se a importância do exame oftalmológico para diagnóstico clínico de lesões metastáticas tumorais, sendo a avaliação oftalmológica capaz de guiar a investigação de casos complexos, como o relatado.

Referências Bibliográficas

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Área

ONCOLOGIA (Trabalhos)

Instituições

Santa Casa de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

JESSICA PIMENTEL LINO, ANA LUÍSA RODRIGUES DA SILVEIRA, DARLY GOMES SOARES DELFINO